terça-feira, 23 de junho de 2009

O notícia como ela não é.

Segundo o Código de Ética do Jornalismo, em seu Art. 6°, o jornalista deve respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão. Logo me vem à mente o caso Isabella Nardoni. O caso, de fato, chocou o país, chamando atenção de todos os brasileiros. Porém, o que se seguiu durante e após o caso foi um jornalismo que mais se assemelhava a um show. Na disputa por audiência jornalistas se aglomeravam em frente à casa da mãe da menina em busca da frase ou da foto que mais transparecesse a dor de quem tinha acabado de perder a filha. Em nenhum momento jornalistas pensaram em seu código de ética e respeitaram a privacidade da família da menina.
Este é apenas um dos casos, onde o Código de Ética foi sumariamente desrespeitado. Cada vez mais cresce o número de jornalistas que não disponibilizam a notícia como meio de informação, visando tornar a população consciente dos fatos, mas como um produto, que é colocado a venda em busca de audiência e reconhecimento. A profissão de jornalista já não é mais vista como um meio de ajudar, ou quem sabe, até transformar a sociedade (aqui não falo da utopia de mudar o mundo, mas de alguma maneira melhorá-lo, e para dizer isto me inspiro na jornalista Verônica Guérin), mas sim como uma profissão que traz status e poder. O jornalista hoje, para ser bom, não precisa se manter ao lado das minorias, denunciando abusos, defendendo os direitos do cidadão, como está em seu próprio Código, mas à frente de um grande jornal, mostrando a notícia tal qual ela não é.

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