segunda-feira, 22 de junho de 2009

A ética na divulgação de imagens

A imagem é uma das ferramentas utilizadas para se ilustrar uma notícia e chamar atenção para ela. Mas qual o limite entre uma mera ilustração e uma exploração da desgraça alheia em busca de vendas e lucros?
Diversas vezes vemos estampadas fotos de mortos na capa da revistas e jornais, e pessoas sofrendo a perda de parentes e amigos. Seria essa divulgação uma atitude ética?
De acordo com o Artigo 6º, parágrafo VIII, o jornalista deve “respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”. Uma foto do indivíduo jogado no chão, cheio de sangue é, para mim, um desrespeito ao cidadão; uma imagem de uma mãe chorando a morte de uma filha exposta a toda população é um desrespeito também.
Como explicar essa atitude de tantos jornalistas na grande mídia? É fácil. É o que a população mais compra. Ninguém gostaria de ver seu filho nessa situação numa revista, mas querem ver a “realidade como ela é”. É quase sádico, como se as pessoas vivessem através das imagens que vêem.
E o jornalista, muitas vezes, ao invés de tentar respeitar tanto o leitor quanto o objeto da notícia, é levado a deixar a manchete mais vendável, fazendo com que seu veículo ganhe mais leitores (e com isso mais dinheiro).
Podemos dizer que o jornalismo se tornou uma vitrine de desgraças por onde passam todos os dias os olhos famintos de uma população sedenta por tragédias.

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