terça-feira, 23 de junho de 2009

A ética nas coberturas jornalísticas

O artigo 4º do Capitulo II do código de ética ( “o compromisso fundamental do jornalista é com a veracidade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”) evidencia a carência de ética nas coberturas jornalísticas. Tomemos como exemplo o acidente do Airbus A 330 da Air France, que caiu no oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio.
A mídia se precipitou diversas vezes no caso, ao afirmar, por exemplo, que os destroços do Airbus haviam sido encontrados no dia 2 de junho, sem haver a identificação do avião. A pressa para divulgar a informação leva a inúmeros erros éticos. A não apuração dos dados brutos, no caso do Airbus, acabou por descartar o sentimento dos familiares das vítimas, que incapacitados frente à falta de notícias, eram iludidos com falsas informações. Foram levados a crer, primeiramente, que o avião havia simplesmente desaparecido. Depois, quando as vítimas foram finalmente descobertas, suas vidas foram expostas sem medir a consideração pela dor e sofrimento dos familiares.
A mídia, além de faltar com a ética, faz da desgraça um ímã para leitores. Aparecem especialistas de todas as áreas: "terrorismo não foi descartado", "é possível a desintegração do avião por um raio"; e a verdadeira causa ainda não apurada. As histórias emocionantes daqueles que deveriam ter embarcado no vôo mas desistiram no último minuto vêm à tona nos noticiários, a imprensa cai em cima, entrevista, tira fotos, conta a história da vida dos “iluminados”. Frente à espetacularização da imagem, nos questionamos se o jornalista vem agindo pelo seu compromisso para com a veracidade da informação ou pelo Ibope.

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