segunda-feira, 22 de junho de 2009

A decisão a ser tomada

“O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”. Isso é o que diz o artigo nº 7 do Código de Ética Jornalística. Mas como achar a verdade? Como escrever de forma imparcial sendo que cada palavra pode tender para um lado ou para outro? Ou até, como divulgar uma notícia de maneira neutra, se o jornalista, empregado assalariado que é, dificilmente conseguirá publicar uma notícia que vá contra os interesses da empresa em que trabalha?

O jornalista Perseu Abramo acreditou haver duas falhas no Código de Ética Jornalística. Primeiramente ele se pergunta como que “o jornalismo pode ser concebido como um serviço social e público, se praticamente toda a atividade de comunicação, no Brasil, é monopolizada pelas empresas privadas?”. A segunda falha, ele aponta, seria que o Código incide apenas sobre os próprios jornalistas. Ele afirma que o jornalista tem pouquíssimo controle sobre sua atividade, e que o código de ética dos jornalistas absolveria “os empresários de comunicação que, em última análise, são exatamente os autores e proprietários do produto final, isto é, da matéria jornalística.”

O jornalista encontra-se, então, em uma cilada. Por um lado, deve honrar o Código de Ética e sempre divulgar o que for de interesse da sociedade, por outro, encontra-se subordinado em uma empresa que tem seus interesses próprios e é proprietária do produto final feito pelo jornalista. Que decisão tomar?

Nessa situação, e sempre, o jornalista deve tomar o lado da sociedade. É para ela, antes de qualquer empresa, que o jornalista realmente trabalha. É obrigação sempre tentar passar a informação mais clara e neutra possível, sem levar em conta interesses de terceiros. Entre o Código de Ética e uma empresa qualquer, o jornalista deve obedecer sempre ao Código, apenas por ser a coisa certa a fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário