sábado, 20 de junho de 2009

Ética universal

A ética sempre é colocada em pauta quando se trata de bem ou direito públicos, sendo apropriados, controlados ou distribuídos privadamente. Tudo o que nos rodeia é patrimônio público: a vida, a saúde, a livre opinião, a informação. O que quer que seja que fuja desse parâmetro comum é abuso de poder, mercantilização.
A informação é o bem público mais essencial e que deve servir à sociedade -considerada democrática- possibilitando as participações igualmente, tanto pública quanto política. Essa democracia não se apresenta criteriosamente ética para a comunicação, principalmente de acordo com os Direitos Humanos, tão proclamados na sociedade contemporânea. Sendo assim, caímos na arbitrariedade, na barbárie e no mar de corrupção.
A informação é de caráter público, não podendo ser atribuída a ela caráter privado. As grandes corporações midiáticas controlam toda a informação que é divulgada em todo o mundo, a exemplo da CNN, BBC e Reuters; e no Brasil há o domínio nessa área das organizações Globo, da Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Esses últimos recebem concessões públicas de emissão, além de diversos subsídios governamentais. Dessa forma, a manipulação informacional por parte de grupos, majoritariamente políticos, fica bastante evidente.
O que decorre dessa manipulação corporativa é a falta de cidadania e a perda da pluralidade cultural, além da piora nas condições de trabalho e o continuísmo da taxa de analfabetismo no país. A mídia somente se fortalece a partir do momento em que as relações entre as pessoas se esvaem, as condições de trabalho pioram e a participação política some, tomando um rumo além do entendimento das pessoas, que se tornam, aos poucos, alienadas, deixando de lado também sua autonomia. O que deveria ser regulamentado, majoritariamente no Brasil, são as concessões feitas pelo Estado, pois é onde começam as ludibriações privadas para com a sociedade.
O caso particular de ética no jornalismo não deve ser estudado à parte de outras áreas, como educação, saúde, sistema eleitoral, justiça e cultura, por exemplo. Devido a isso, essa reflexão tem caráter não somente jornalístico, mas também se faz metáfora das outras vertentes de conhecimento, que passam pelos mesmos processos históricos.

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